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Cara leitora, caro leitor,

Os livros que aqui estão compõem uma coleção inédita em seu segmento editorial, ao trazer para o público geral, e aquele que já pesquisa ou trabalha com o tema, livros escritos por mulheres sobre a Justiça Restaurativa. Após uma seleção cuidadosa, e posterior campanha de financiamento coletivo, viabilizou-se este projeto construído por tantas mãos e desejos, tornando-se um voo de todas nós, que se fez possível por todas e todos vocês que apoiaram o nosso projeto.

Foi por acreditarmos na Justiça Restaurativa e seu potencial transformador que nos dedicamos à tarefa de desenvolver um projeto que traz, por intermédio da Editora Blimunda, a possibilidade de preenchermos esse campo, desde suas aproximações mais atuais, com os resultados de pesquisas e trajetórias individuais de plantio e colheita junto às práticas restaurativas.

Importou-nos pensar esse lugar pelos olhos e mãos de mulheres, que ocupam hoje espaços de construção contínua e de desenvolvimento do modelo restaurativo que tanto contribui para repensar a justiça penal – seletiva, violenta e ineficaz na transformação dos conflitos sociais – e sua relação com a sociedade que desejamos para o presente e para o futuro, livre dos instrumentos da guerra, da prisão e dos muros sociais.

As ideias restauradoras se posicionam no sentido de negação da barbárie, patrocinada pela política criminal voltada para contenção das populações indesejadas e no sentido da afirmação da liberdade – quando na negação do cárcere como destino – e de uma sociabilidade mais humanista, democrática e participativa.

Adriana, Luciana, Maria de Fatima, Maria Júlia, PalomaTâmara são os nomes das autoras que materializam as primeiras obras da coleção. Elas articularam o tema central, Justiça Restaurativa, com reflexões sobre responsabilização juvenil, política de socioeducação, violência psicológica contra as mulheres e as dinâmicas dos círculos de construção de paz, brindando-nos com análises ricas em compreensão das múltiplas realidades que contornam os nossos sistemas de administração de conflitos e tratamento das violências.

Por tornar tudo isso possível, gostaríamos de agradecer a todas e todos que colaboraram com esse percurso, seja incentivando, divulgando e/ou apoiando financeiramente para que esses livros pudessem finalmente ser publicados. Agradecemos às autoras, sem as quais o projeto não teria tomado forma, e agradecemos ainda à Editora Blimunda pela oportunidade de realizar este trabalho que tanto nos orgulha.

A você, leitora ou leitor, desejamos que desfrute das obras e que elas lhe tragam muitas reflexões, assim como a do velho poeta:

“As leis não bastam. Os lírios não nascem das leis”.*

Afinal, o que mais um livro sobre Justiça Restaurativa poderia trazer senão inquietações, sem as quais nenhuma mudança se tornaria possível?

Juliana Tonche, Maysa Carvalhal e Michelle Karen Santos
Coordenadoras da Coleção Justiça Restaurativa

*ANDRADE, Carlos Drummond. Nosso tempo. Obra completa. Rio de Janeiro, GB Companhia José Aguilar, 1967.

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Justiça Restaurativa na Política de Socioeducação

“A obra reúne discussão conceitual, pesquisa de casos de implementação de Justiça Restaurativa (JR) na Socioeducação em diversos Estados brasileiros, e uma avaliação crítica a partir de uma visão histórico-social, que analisa a socioeducação como parte de uma segregação e exclusão dos pobres, pretos e periféricos, que faz parte de uma política de separação e limpeza, oriunda de um passado excludente, escravista e colonial, e o desejo de realizar modificações que podem parecer tópicas e de ajuste a esta sociedade completamente desigual.”

— do prefácio de Paulo Roberto Loyolla Kuhlmann

FICHA TÉCNICA

ano 2022
192 páginas formato 14×21  
ISBNs 978-65-995890-7-2 (impresso) 978-65-995890-8-9 (digital) edição Bruna Schlindwein Zeni revisão ortográfica Ariene Cristina A. do Nascimento capa | projeto gráfico Laura Guidali Amaral

Violência Psicológica contra a mulher e Justiça restaurativa

“Paloma e Maria Júlia tiveram a delicadeza de representar o universo feminino a partir de experiências narradas em primeira pessoa – ao invés de, colonialmente, apossarem-se delas. Enquanto produtoras de epistemologias que legitimam a construção da ciência e a sua implicação na compreensão/resolução de problemas do cotidiano, humildemente adotam as vivências de mulheres reais, concretas, que suportaram traumas ímpares e sofrimentos inigualáveis durante grande (senão, toda) sua trajetória para, a partir dessa afetação e tocadas por elas, questionarem a eficácia/eficiência dos atuais mecanismos dispostos à sua proteção. Regra geral, não apenas refletem se ‘can the subaltern speak’ (Spivak) como, na subida de mais um degrau, afirmam a necessidade de que essas vozes, por vezes sufocadas, encontrem espaço de fala e acolhimento, sendo priorizadas durante o processo de resolução de conflitos.
Não sem razão, partem das angústias suportadas pelo feminino para apontar os limites da Ciência do Direito Penal (aqui englobando a dogmática e o seu processo de aplicação, em especial, com o advento da Lei Maria da Penha – Lei n.º 11.340/2006) e, face aos desafios apresentados, estimulam a reflexão sobre a possibilidade de que a Justiça Restaurativa, enquanto (possível) resposta alternativa e legítima, seja ferramenta útil à resolução do conflito.” 

— do prefácio de Cristina R. Oliveira

Ficha técnica

ano 2022 
216 páginas formato 14×21  
ISBNs 978-65-995890-1-0 (impresso) 978-65-995890-2-7 (digital)
edição Bruna Schlindwein Zeni revisão ortográfica Ariene Cristina A. do Nascimento capa | projeto gráfico Laura Guidali Amaral

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Justiça Restaurativa e Círculos de Construção de Paz

a prática dos facilitadores do Cejusc de Brumado

“Esse livro pode ser uma inspiração para muitos lugares e pessoas interessadas em fazer da Justiça Restaurativa uma política pública a partir dos Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania. Infunde motivação e atribuição de sentido para construir relações justas na comunidade, a partir de uma instância pública. Desperta visões inovadoras para profissionais do sistema de justiça contribuírem para instaurar direitos e restaurar o justo, a partir da transformação de si e das relações comunitárias.”

— do prefácio de Petronella Maria Boonem

FICHA TÉCNICA

ano 2022
208 páginas formato 14×21  
ISBNs 978-65-84685-15-4 (impresso) 978-65-84685-14-7 (digital)
edição Bruna Schlindwein Zeni revisão ortográfica Ariene Cristina A. do Nascimento capa | projeto gráfico Laura Guidali Amaral

Responsabilização juvenil na justiça restaurativa

“É em torno da linda pista que a autora nos oferece na introdução, quando situa seu livro como construído/constituído desde um não lugar, que este prefácio se organiza. A afirmação de um não lugar sinaliza a perspectiva que anima o modo de agir da autora em relação às práticas da Justiça Restaurativa no sistema de justiça juvenil: a de uma utopia ativa. Apesar da coincidência nominal com a ideia de ‘não lugar’, cunhada pelo antropólogo Marc Augé para designar os lugares (provisórios e efêmeros, como as autoestradas, os aeroportos e os supermercados) incapazes de produzirem subjetivações singulares e perspectivas relacionais, Adriana Borghi nos convida, ao contrário, ao não lugar no sentido de uma heterotopia. Heterotopia tal como nos sugere Foucault: não um lugar preciso e real, localizável, mas um ‘contraespaço’; lugares das utopias localizadas em que a diversidade de existências é possível. No caso da proposta deste livro, esse contraespaço é o da invenção do lugar de uma justiça restaurativa que coloque no centro de sua prática o adolescente e a pergunta quanto a como o mundo adulto e as políticas públicas podem se deslocar para imaginar e construir caminhos para uma prática responsabilizadora e coletiva, como um lugar de ‘encontro das humanidades e não de segregação’. Contraespaço que se proponha a abrir, nas práticas jurídicas e comunitárias com adolescentes, uma experiência radical de (re)invenção da justiça como bem público e como potência de luta, que aposte na sustentação do conflito e do dissenso.”


— do prefácio de Maria Cristina Gonçalves Vicentin

Ficha técnica

ano 2022 
208 páginas formato 14×21  
ISBNs 978-65-84685-17-8 6584685179(impresso) 978-65-84685-16-1 (digital)
edição Bruna Schlindwein Zeni revisão ortográfica Ariene Cristina A. do Nascimento capa | projeto gráfico Laura Guidali Amaral

obra impressa

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veja também:

 

JUSTIÇA RESTAURATIVA APLICADA

ESTUDO DE CASO DAS EXPERIÊNCIAS DO BRASIL E DE PORTUGAL

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