edição feminista, afetiva e sustentável
> finalista do Prêmio AGES livro do ano 2023 <
“Trata-se de uma importante contribuição para o resgate da memória sobre o passado ditatorial dos países do Cone Sul. Memória, essa ideia tão presente em nossas vidas e por vezes tão marginalizada, exercício tão rotineiro e tão despercebido, tão essencial e tão desvalorizado. O estudo de Roberta é sobretudo um registro de memória. Por meio da prosa poética, tão própria de seus escritos, a autora nos apresenta dados e testemunhos sobre o regime militar, principalmente na Argentina e no Brasil. Em tempos de debate sobre o passado e contestação de fatos históricos, peças fundamentadas de memória são ainda mais necessárias.
Durante seu percurso na graduação e pós-graduação, Roberta realizou visitas de estudo à Argentina. (…) Nessas visitas, teve contato com lugares de memória e com as pessoas que os nutrem. Descobriu os detalhes da perseguição política e da violência de Estado cometida pelos governos militares. Ouviu histórias de vida, de militância, de defesa de ideais de igualdade, inclusão e dignidade. Ouviu narrativas das punições a esses ideais, cometidas por funcionários públicos sem que os acontecimentos fossem submetidos a julgamento, antes dos julgamentos ou sem julgamento justo.
Essas narrativas aproximam o texto de Roberta à literatura de testemunho que ela utiliza também como referência ao longo da escrita. Além das falas dos entrevistados, a autora nos brinda com descrições sensoriais do momento do encontro com as pessoas, a chegada nos locais de memória, as impressões das trocas que aconteceram durante a pesquisa de campo, em um estilo quase jornalístico. “
– da apresentação de Clarissa Dri
“A negação da Ditadura se comunica com a negação da pandemia nos anos de 2020 e 2021 e dos seus efeitos mortais sobre centenas de milhares de pessoas, se comunica com a negação do massacre das pessoas negras e periféricas no país, se comunica com a negação da existência do racismo, da homofobia e da misoginia, com a negação da ciência, da educação e da pesquisa pública e de qualidade. A negação mal consegue disfarçar os alvos dos seus interesses, que se beneficiam do desprezo pelo sofrimento alheio, e que mais se aproximam do cinismo que da negação pura e simples.
Tal qual o próprio anjo da memória de Benjamin, o texto da Roberta mira os escombros e se concentra nos caídos e nas ruínas produzidas. No entanto, ao contrário do anjo, que não é deste mundo, a Roberta consegue libertar as suas asas imaginativas, teóricas, militantes, sensíveis às vidas das outras pessoas e sua histórias e narrativas, caminho privilegiado para reacender as chispas da esperança revolucionária. Sem o reconhecimento público, coletivo, sem a movimentação constante da memória coletiva, não é possível de fato avançar rumo a uma sociedade melhor, ou realizar qualquer revolução que se preze.”
– do prefácio de José Carlos Moreira da Silva Filho
ano 2022
512 páginas formato 16×23
ISBNs 978-65-995890-3-4 (impresso) 978-65-995890-4-1 (digital)
edição Bruna Schlindwein Zeni revisão ortográfica Jana Araujo e Nathalia Greco ilustração Eve Queiróz capa Bruna Leão diagramação Laura Guidali Amaral
texto de 4a capa Ricardo Timm de Souza
Apresentação
Prefácio
Introdução
1 Entre Crimes: Do colonialismo ao crime contra a humanidade ou onde estavam os direitos humanos?
1.1 Da Colônia à Marginalidade: O ponto de partida criminológico desde a “outra cara” do Sul
1.2 Enfim… Das Colônias às Metrópoles: O extermínio dos campos como um alerta para o resgate da humanidade – o que é o novo?
1.3 O Crime contra a Humanidade e a Proteção Jurídica dos Direitos Humanos: Para quem?
1.4 As Técnicas de Neutralização e a Elaboração Discursiva dos Crimes de Estado
1.5 No Rastro dos Desejos Proibidos
2 Entre Encontros, Testemunhos e Travessias: Corpo que é metáfora, sensibilidade e linguagem
2.1 Atravessar a ponte e ser atravessada por ela
2.2 A Virada no Sentido do Testemunho a partir de Auschwitz
2.3 A Catástrofe e o seu Retorno “À Margem”: O terrorismo de estado na doutrina da segurança nacional e a palavra manipulada
3 Justiça de Transição e a Exigência Ética da Responsabilidade: Em busca do “país do nunca mais”
3.1 “O Tempo Está Depois”: Antecedentes Históricos da Luta por Justiça
3.2 “Quiero ser Puente para que Pasen Todos”: A situação de justiça na Argentina
3.3 “Eu Vi um Brasil na TV”: As Caravanas da Anistia como espaços de escuta e palco para a memória coletiva
Referências
Sobre a autora
acesse a gravação aqui.