edição feminista, afetiva e sustentável
Esta obra é fruto do trabalho de organização de Michelle Karen Santos, que reuniu uma constelação de mulheres – juristas, escritoras e ativistas -, para dialogarem com a criminologia feminista proposta por Soraia Mendes. Integram essa constelação:
Vilma Piedade, porta-voz da ancestralidade donde emanou o conceito de dororidade;
Deise Benedito, denunciando que o “ferro que prendeu centenas de jovens africanas nos porões dos navios, que acorrentou pescoço, que forjou as máscaras de flandres, tornozelos… se transforma no aço das Algemas que predem hoje suas descentes jovens mulheres negras e presas como “traficantes”;
Natália Damázio, advertindo que “precisamos saber escutar e aprender com aqueles e aquelas que foram marcados pela dor das violências históricas, tantas vezes endossadas pela academia”;
Alice Bianchini, pontuando que, as mulheres que “adquiriram consciência feminista percebem com mais facilidade o quanto a estrutura jurídica trabalha a partir de uma vertente que prestigia, quando não privilegia, a perspectiva exclusivamente masculina”;
Clara Masiero e Mariana Bazzo, analisando o que Soraia chamou de processo de vitimização das mulheres em razão da violência;
Vanessa Chiari, na trilha dos caminhos da criminologia feminista no Brasil, examinando a criminalização do assédio sexual, apontando para o minimalismo penal como o que “parece ser o melhor caminho para as demandas feministas que ainda necessitam do sistema penal como um último recurso para a proteção dos bens jurídicos mais importantes”;
Andressa Paula de Andrade e Érika Mendes de Carvalho, tratando da revitimização nos crimes sexuais cometidos contra mulheres, dizendo “ser preciso escovar a contrapelo o Direito Penal, tanto no aspecto de suas incriminações abstratas quanto no momento de aplicação da lei, para verificar como o mesmo se manifesta frente às demandas das mulheres”;
Marcelli Cipriani, traçando paralelos entre a criminologia queer e a criminologia feminista desenhada por Soraia, e
Elaine Pimentel, que reconhece a Criminologia Feminista como paradigmática, que ganhou vida própria e passou “a dialogar com diversas outras dimensões teóricas das criminologias e dos feminismos, de modo a reescrever-se a cada leitura, a cada novo olhar”.
Apresentação
Michelle Karen Santos
Prefácio
Soraia Mendes
A cor da faxina no Brasil
Vilma Piedade
Os laços da escravidão nas prisões brasileiras
Deise Benedito
Mulheres e sistema de justiça: uma experiência a partir da atuação de advogadas na construção dos direitos das mulheres
Alice Bianchini
Lei Maria da Penha: resistências em sua aplicação e um necessário filtro promovido pela teoria feminista do direito
Mariana Seifert Bazzo
Lutas feministas e o case Lei Maria da Penha: o papel do direito penal no enfrentamento à violência contra a mulher
Clara Moura Masiero
Novos paradigmas da criminologia feminista como caminhos para estudos sobre o encarceramento feminino
Elaine Pimentel
A revitimização nos crimes sexuais cometidos contra mulheres: por um sistema penal menos machista
Andressa Paula de Andrade e Érika Mendes de Carvalho
(Re)aprender a pensar: por uma epistemologia decolonial feminista
Natália Damazio Pinto Ferreira
Assédio sexual: os caminhos não-lineares da criminologia feminista no Brasil
Vanessa Chiari Gonçalves
Criminologias e população LGBT: possibilidades analíticas a partir do diálogo entre as contribuições feministas e queer
Marcelli Cipriani